segunda-feira, 10 de julho de 2017

Sentimento de abandono e solidão na gravidez


        Olá, hoje resolvi abordar um tema delicado: a sensação de abandono e tristeza que podem aparecer durante a gravidez. Já passou por isso? Vamos conversar um pouquinho sobre...


        É muito comum as pessoas acreditarem que toda grávida é feliz e vive radiante. É inegável que a gravidez é um momento mágico, mas cada gestação é única e cada mulher sente do seu jeito. Se durante a nossa vida, momentos de tristeza e angústia aparecem, por que na gravidez isso seria diferente? As alterações hormonais somadas ao sentimento e as dúvidas em torno da maternidade são um prato cheio para desencadear esses episódios de solidão. 
        Dia desses me peguei sentada na sala às 4h da manhã, sozinha e chorando baixinho para não acordar ninguém. Eu me sentia péssima, eu duvidava da minha capacidade de dar conta e ser uma boa mãe, eu questionava se o carisma e a bondade das pessoas iria durar só até o parto ou se elas realmente se importavam comigo, eu me sentia apenas uma barriga carregando um bebê e não um ser humano com sentimentos e necessidades. Logo depois veio a culpa por estar me sentindo assim e transmitindo isso para o meu filho, então eu perdi a conta de quantas vezes pedi perdão a ele. Meu filho já reconhece a minha voz e naquela noite estava extremamente agitado, isso me deixou mais nervosa ainda. pois eu sabia que ele podia sentir o que eu estava sentindo. 
        Socialmente, podemos até tentar mascarar esses sentimentos negativos, por acreditarmos que a gestação deveria ser só um período de alegrias, ou por assumirmos que a tristeza não passa de mais uma daquelas famosas variações de humor que geralmente nos afetam nessa fase, mas é crueldade fazermos isso com nós mesmas, porque até a mais rápida das crises de choro merece atenção. Esse estado de melancolia, se não cuidado, pode evoluir para uma depressão e pode causar problemas ao bebê. Segundo alguns médicos, sempre que uma gestante vivencia situações de stress ou angústia, há redução na quantidade de sangue da placenta, causada pela vasoconstrição. Em alguns casos, isso pode levar à ruptura da bolsa, parto prematuro e causar o baixo peso do bebê. 
        Mas o que fazer quando esses sentimentos virem à tona? Conselhos de uma jovem mãe que está passando por isso atualmente: Primeiro, entenda que você não é a única mulher a ter momentos de tristeza na gravidez, não se sinta mal por não estar feliz o tempo todo, compreenda que antes que qualquer coisa você é humana, é de carne e osso e como todo mundo, você sente. Aprenda que nós gestantes merecemos a empatia e a compreensão das pessoas, porém a maioria delas não entende o quão sufocante pode ser esse sentimento, por isso fale, fale muito, não se isole na sala às 4h da manhã, não torture a si mesma desse jeito. Converse com quem verdadeiramente se importa com você, com quem vai te ouvir de verdade e se afaste daqueles que acham que tudo não passa de "frescura de grávida", você não precisa de pessoas assim na sua vida, nem agora e muito menos no pós-parto. E, se você sentir que essas crises estão cada vez mais frequentes e que está cada vez mais difícil lidar com essas situações, procure um médico. Não é sinal de fraqueza buscar ajuda de um terapeuta ou psiquiatra. A atitude só mostra que você é uma mãe cuidadosa, disposta a tomar todas as decisões necessárias para manter sua própria saúde e a do bebê em dia. Você é uma mulher forte, passando por um momento ruim, eu acredito em você. Vai passar...

Uma ótima semana a todos! 
Beijos!

quinta-feira, 29 de junho de 2017

1° Trimestre de Gravidez - O que eu senti? Enjoo, sono, etc.



     Dia 11 deste mês eu completei 12 semanas encerrando assim o primeiro trimestre. Nem eu acredito no quão rápido passou, parece que foi ontem que eu descobri o meu grãozinho crescendo. Muita gente me pergunta se eu tenho sentido enjoo, como tem sido o "tão temível" início da gestação, então nesse post eu conto como foi tudo nesses três primeiros meses.


      Enjoo: Como eu disse no post anterior, no início da gestação senti pouquíssimo enjoo, tanto que nem levei em consideração como suposto sintoma de gravidez. Quando aconteciam, aconteciam pela manhã, mas não passavam de enjoos bem leves, não evoluíam para vômitos e eu conseguia me alimentar normalmente no resto do dia. A única vez que eu tive enjoos muito fortes, vômito, sem nada parar no estômago foi quando eu contraí uma virose e precisei tomar soro, até o diagnóstico do médico eu achava se tratar de enjoos de gravidez e já estava desesperada, mas não ufa! Posso dizer que neste quesito eu realmente tive sorte.

     Sono: O que eu não senti de enjoo eu senti de sono pqp! hahaha. Sabe aquele sono que você não consegue manter os olhos abertos, mesmo sentada num lugar movimentado? Então... É aquela velha história: não é  preguiça, é gravidez! A gente realmente pode ficar mais lenta e menos disposta nesse primeiro trimestre e isso é normal. Nesse momento em que estamos nos acostumando com todas as mudanças no nosso corpo é muito importante que tenhamos nosso tempo de descanso e esperamos a compreensão de todos. Obrigada, de nada.

     Fome: Isso de que paladar de grávida muda é verídico, gente! Café, por exemplo, é uma coisa que eu sempre amei, tomava litros por dia (sem exageros) e desde que engravidei não consigo nem colocar na boca que já volta, até o cheiro me dá nojo, vai entender... Nesse primeiro trimestre, pouca coisa me agradava, eu só sentia vontade de comer coisas bem específicas, o que era um problema porque eu sentia muita, MUITA, m-u-i-t-a fome. Fiquei com dó do Fausto porque ele corria pra fazer todas as minhas vontades, ainda faz, te amo mozão!  Mas é realmente uma droga você estar faminta e o estômago embrulhar pra quase tudo. Eu cheguei a perder peso por isso, mas já recuperei haha.

    Oscilações de humor: Tirando alguns chorinhos pela sensibilidade à flor da pele, posso dizer que isso foi bem tranquilo nesse primeiro trimestre. Meu senso de humor mudou bastante, mas para melhor. Me tornei uma pessoa mais otimista e menos ácida. Por conta dos hormônios e de todo o carinho que estou recebendo, eu me sinto uma pessoa amada de verdade. Dizem que o segundo trimestre é o melhor, então só espero coisas boas daqui pra frente. Vamos torcer!

    Cólicas: No começo elas eram uma preocupação, pois eu achava que cólicas eram sinal de que havia alguma coisa errada acontecendo com o bebê e eu me preocupava bastante. Mas é muito comum sentir cólicas no primeiro trimestre e até mesmo a gestação inteira, principalmente quando se trata do primeiro filho. O bebê está crescendo rapidamente, o útero está se expandindo, é normal sentir desconforto. O que não é normal é ter sangramentos, não caiam nessa história de que grávida menstrua. Gente, GRÁVIDA NÃO MENSTRUA! Se você está tendo sangramentos, procure um médico.

    Prisão de ventre: Alô, mamães! Se vocês passaram por isso também, por favor me procurem, me liguem, me mandem uma mensagem. Eu preciso de dicas, porque a coisa tá feia, é sério... Eu sempre tive problemas de constipação, mas na gravidez essa situação tem se agravado. Eu fico inchada e dói, dói muito =( Muitas pessoas me param na rua pra comentar sobre a minha "barriguinha de grávida", "quantos meses? já tá grandinha!" Ahhh, se elas soubessem... Seria cômico se não fosse trágico.


É isso gente! Esse foi o resumo do meu primeiro trimestre. 
Sofreu algum desses incômodos? Como foi pra você? Conte nos comentários =)
Até a próxima, um grande beijo!


quinta-feira, 15 de junho de 2017

1° Trimestre de Gravidez - Como eu descobri que estava grávida?



     Olá, tudo bem? Hoje eu vim contar um pouquinho sobre como foi ter descoberto a minha gravidez. Quando foi? Eu usava algum método contraceptivo? Qual foi a reação das pessoas?

     Tudo começou em julho do ano passado quando eu parei com a pílula anticoncepcional. Eu já havia conversado com meu ginecologista e expressado meu desejo de parar por conta das dores nas pernas que eu sentia, dores tão fortes que às vezes não me deixavam sair de casa. Varizes quando somadas com o uso do anticoncepcional se tornam um fator de risco para trombose. Muitas meninas não sabem, mas quando uma mulher tem varizes ou varicoses, os médicos costumam não prescrever os anticoncepcionais porque são fatores de risco bem evidentes. A avaliação médica é bem individualizada, mas qualquer risco diferente de zero é um risco enorme, e é importante buscar um método mais adequado. Questionado sobre o uso do anticoncepcional no meu caso, ele simplesmente me olhou e disse:   Quer assumir os riscos? (de ter uma gravidez indesejada, no caso). Sai de lá determinada a parar. Eu já usava pílula há mais ou menos oito anos e naquele momento da minha vida o anticoncepcional só estava sendo usado para regular meu fluxo e amenizar minhas cólicas na TPM, não fazia sentido algum continuar.
     Durante o tempo em que parei com a pílula pude experimentar uma grande melhora na minha disposição, minhas dores nas pernas sumiram e minha libido (morta há algum tempo) foi lá em cima! Voltei a ovular e meu ciclo já estava bem reguladinho. Eu tinha medo que tudo ficasse desregulado, mas não, no primeiro mês já consegui notar minha ovulação no dia certo. Esses efeitos variam muito de pílula para pílula e de organismo para organismo. Eu só tive reações positivas depois que parei, mas têm meninas que simplesmente não conseguem parar por vários motivos (acne, por exemplo), cada caso é um caso.
     Em setembro eu conheci o Fausto e em dezembro começamos a namorar, até então não usar anticoncepcional estava sendo moleza. É claro que usávamos outros métodos contraceptivos (camisinha, tabelinha), mas certo dia precisei recorrer à pílula do dia seguinte por me sentir muito insegura. Todos sabemos que a pílula do dia seguinte é um método emergencial e não pode ser usado sempre. Com medo de ter que recorrer à ela mais algumas vezes, eu decidi voltar ao anticoncepcional.
    Então depois de cinco meses, voltei a usar o mesmo remédio que usava antes (um anticoncepcional de baixa dosagem de hormônios comumente recomendado para adolescentes). Em janeiro e fevereiro tive sangramentos de escape. Sangramentos de escape são pequenos sangramentos que ocorrem quando:
- A mulher começa a tomar anticoncepcional e o corpo ainda não se acostumou com os hormônios. Geralmente na primeira e segunda cartela, depois normaliza. 
- A quantidade hormonal da pílula for menor do que o organismo da mulher necessita.
- O organismo da mulher que toma anticoncepcionais há muito tempo se "acostuma" com a pílula, e quando isso acontece é hora de conversar com o médico ginecologista para aumentar a dose ou mesmo trocar o medicamento.
     Eu imaginei que pudesse se tratar do primeiro caso e segui tomando normalmente. Em março minha menstruação veio normal, em abril esperei por ela na pausa e... Nada. Tive alguns enjoos, mas não me desesperei, pois tenho gastrite e refluxo, e enjoos são comuns para mim. Segui tomando a pílula mesmo sem a menstruação ter vindo na pausa. Era estranho porque toda a vez que eu ia tomar, algo martelava na minha cabeça e dizia que eu não deveria fazer aquilo.
      O sinal vermelho piscou mesmo quando eu comecei a sentir muito sono, onde eu encostava a cabeça eu dormia, babava. Sem falar que, de um dia pro outro eu me tornei uma pessoa extremamente sensível, uma única palavra dita fora do tom e eu já estava em prantos. Nesse momento já idealizávamos uma suposta gravidez. Conversando sobre como seria se tivéssemos um bebê percebemos que tínhamos a mesma opinião sobre a criação de um filho e que se talvez fosse a hora mesmo aquilo seria um presente e não um fardo. 
      Meu namorado me convenceu a fazer o teste de farmácia. Minha cabeça estava mais ou menos assim: "Oh, meu deus! Eu estou grávida! Mas não... É impossível!". Dia 18 acordei cedo para fazer xixi, fui no banheiro e levei o teste junto, levei o celular também para marcar o tempo certinho. Não deu três segundos e lá estavam as duas listras bem vivinhas. Esfreguei os olhos pra ter certeza, afinal eu ainda estava meio sonolenta. Gelei. GRÁVIDA. Peguei tudo bem rápido e voltei para o quarto. O Fausto já estava acordado e todo nervoso.   Coloca aí em cima pra terminar de agir e a gente poder ver o resultado.   Disse ele. Atônita eu respondi:   Que nada, eu já sei o resultado! Só olha isso...
      Foi um misto de pavor e alegria, medo, angústia, felicidade, ansiedade. E agora? Contar para os pais dele? Socorro! Me contive no quarto enquanto o Fausto foi dar a notícia à mãe dele. Só ouvi quando ela disse:   É sério?   E logo ela veio me abraçar emocionada. Eu ainda estava meio zonza, mas sorri feliz, pois a reação de todos foi muito positiva. Eu já esperava uma enxurrada de críticas e palavras negativas, tanto dos pais dele quanto dos meus, mas só recebi carinho, abraços e palavras de acolhimento. O Fausto tem uma família maravilhosa que me faz sentir em casa desde o começo do namoro. No fim do dia eu estava radiante com meu bebê no ventre e cercada de amor por todos os lados.
     Mas afinal, como foi que eu engravidei? Conversando com o ginecologista chegamos à conclusão de que meu anticoncepcional já estava "fraco", os sangramentos de escape aconteceram justamente pela dosagem de hormônios não ser suficiente para o meu organismo. Por isso é muito importante consultar o médico regularmente ou sempre que notar algo estranho (os sangramentos  de escape, por exemplo). Essa história de tomar o mesmo anticoncepcional da amiga é outra furada, somente o médico pode saber qual anticoncepcional é o melhor para você. Vamos lembrar também que, NENHUM MÉTODO É 100% EFICAZ! Anticoncepcionais podem falhar, sim! A chance é pequena, porém se você não tomar corretamente essa chance pode aumentar...
      Resumindo, engravidei tomando um anticoncepcional que já não estava mais fazendo efeito para mim, aconteceu e nós dois sabemos muito bem que uma criança é uma grande responsabilidade. Sabemos que o bem estar dela está acima de tudo, que ela merece pais presentes e que principalmente estejam felizes juntos. Para nós, esse grãozinho que estou esperando é a maior de todas as dádivas, está aqui para nos unir e nos fortalecer ainda mais. Que venha saudável pois muito bem recebido ele com certeza será!

É isso! Até o próximo post. Beijão!

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